Desde 1970, as mulheres brasileiras tem se incorporado cada vez mais no mercado de trabalho. E são vários os fatores que justificam este fenômeno: mudanças no padrão de comportamento, nos arranjos familiares, queda na taxa de fecundidade, aumento da escolaridade e, principalmente, o processo de reestruturação produtiva do capitalismo que ocasionou uma diminuição dos postos tipicamente masculinos nas fabricas, precarização do trabalho por meio das terceirizações,e conseqüente queda na renda familiar.
Porém, esta inserção no mercado de trabalho, longe de representar a conquista da igualdade de direitos entre homens e mulheres - como a ideologia burguesa gosta de propagandear – carrega consigo toda opressão e exploração da mulher no capitalismo.
Estudos sobre a divisão sexual do trabalho, mesmo que escassos, revelam que as mulheres em sua grande maioria ocupam postos ligados ao setor terciário da economia, incluindo o ramo do trabalho doméstico. E as mulheres com maior escolaridade, ocupam cargos administrativos e no comércio. Dados comparativos entre trabalhadores e trabalhadoras evidenciam que as mulheres têm em media maior escolaridade, no entanto, recebem os salários mais baixos e tem um numero maior de horas de trabalho não remunerado.
Outro agravante é o fato de que esta inserção no mercado não refletiu na desobrigação do trabalho domestico, mesmo em famílias em que o homem e a mulher cumpram a mesma jornada de trabalho. Esta dupla jornada, cumprida principalmente pelas mulheres de baixa renda que não tem condições de explorar o serviço de outra mulher para os afazeres domésticos, tem sido um fator determinante para o adoecimento das mesmas.
O resultado de tudo isso tem sido a maior prevalência de doenças crônicas entre as mulheres trabalhadoras, como: as lombalgias, doenças causadas pela sobrecarga da coluna vertebral, comuns nos chamados serviços gerais das empresas e no trabalho domestico ao varrer, limpar, lavar roupa etc -; as LER/DORT (lesões por esforço repetitivo), típicas de atividades como escrever e digitar (setor administrativo), costura e montagem com peças pequenas (setor industrial); e das doenças relacionadas a área psíquica como o estresse, a depressão, as fobias e os diversos transtornos de ansiedade, atribuídos em parte pelo fato das mulheres serem as maiores vitimas de assedio moral e sexual nas empresas.
Combinado a isto, temos um sistema de saúde público sucateado, fruto das políticas neoliberais implementadas pelos diversos governos desde sua criação. O Sistema Único de Saúde Brasileiro (SUS) possui dentro de sua estrutura tanto programas voltados para Saúde do Trabalhador quanto para a Saúde da Mulher, porém, ambos padecem da falta de uma política eficaz e de financiamento adequado.
No estado do Pará, o descaso com a saúde da mulher evidencia-se ainda mais visto que somos os campeões de morte por câncer do colon do útero e do câncer de mama. Doenças que atingem especificamente as mulheres e que quando diagnosticadas e tratadas adequadamente tem em media 70% de cura. Ou seja, muitas dessas mortes poderiam ser evitadas com um simples programa de prevenção.
Outra mostra do descaso com a saúde das mulheres e produto direto da opressão das mesmas diz respeito a crimilinalização do aborto, que a cada ano mata milhares de mulheres trabalhadoras que se submetem a aborto em clinicas clandestinas por meio de técnicas rudimentares e em ambientes insalubres.
A violência domestica é outro caso de saúde pública, que causa a morte e mutila milhares de mulheres a cada ano. Os serviços de saúde não estão preparados para este tipo de demanda que necessita além do trabalho de uma equipe multiprofissional de saúde uma intervenção interinstitucional, como a delegacia de mulheres.
Como destacado no inicio do texto, o processo de inserção das mulheres no mercado de trabalho não tem representado sua emancipação e libertação na sociedade capitalista. Na verdade essa incorporação representou uma saída que os capitalistas encontraram para melhor explorar a classe trabalhadora, ou seja, utilizando-se da opressão da mulher para justificar os salários mais baixos, a dupla jornada, a precarização do trabalho entre outras formas de maior extração da mais-valia.
Essa tríade Trabalho, Saúde e Gênero não pode mais ser sinônimo de Exploração, Adoecimento e Machismo; e isso só será possível em uma sociedade sem classes e livre de toda forma de opressão.
Secretaria de Saúde do PSTU
- Trabalho Igual, Salário Igual ! Pela Igualdade de salários entre homens e mulheres que exercem a mesma função!
- Contra a divisão sexual do trabalho, baseada na cultura machista!
- Pelo fim do trabalho domésticos que impõe as mulheres uma dupla e até tripla jornada de trabalho!
- Pela garantia da licença-maternidade de 6 meses para todas as mulheres trabalhadoras!
- Pela efetivação dos serviços de Saúde da Mulher dentro do SUS, por meio do aumento de verbas!
- Contra a violência domestica, por uma punição severa dos agressores de mulheres!Contra o assedio moral e sexual nas empresas!
- Pela garantia dos direitos das trabalhadoras vitimas de acidentes e doenças adquiridas no trabalho!
- Contra toda forma de opressão!
- Em defesa da sociedade socialista!
Secretaria de Saúde do PSTU
Angela aqui é o João do Macacario, mande por favor cartazes de sua candidatura para eu colocar aqui no meu setor!
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